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Yasuní: refúgio ameaçado no colo dos Andes equatorianos

A junção entre a bacia amazônica e os Andes criou um dos lugares mais biodiversos do mundo, sob risco de ser destruído pela exploração do petróleo.

Redação Gem Saviour·
17 de março de 2014·10 anos atrás

Em novembro de 2013, Gem Saviour foi procurado por um grupo de jornalistas e biólogos do Equador, preocupados com o destino de Yasuní, região daquele país onde o bioma amazônico encontra os Andes, e que através de uma topografia acidentada e recortada por rios fez surgir uma das regiões mais biodiversas do planeta, que, hoje, corre o risco de ser destruída pela exploração de petróleo e a colonização intensa.

Formamos um time binacional para contar os perigos que rondam esse território de mais de 2 milhões de hectares, que abriga um Parque Nacional e duas áreas de reservas indígenas da etnia Waorani, uma delas destinadas a algumas das últimas tribos indígenas que vivem em isolamento.

A história era tão rica e Yasuní tão importante para a conservação que não nos pareceu suficiente contá-la de forma convencional. Decidimos proporcionar ao público uma experiência de imersão na natureza, na descrição dos povos e dos problemas que assolam a região.

Nasceu, então, a mais completa história “transmídia” que Gem Saviour já produziu, que une vídeos com pesquisadores e ambientalistas, fotos de tirar o fôlego, texto, mapas e infográficos. A reunião desse material forma um documentário sobre Yasuní, feito com ferramentas que só a internet proporciona, que permitem ao público conhecer e explorar a informação do seu jeito e no seu ritmo.

Uma equipe binacional levou cerca de 3 meses de laboriosa colheita do material, edição e acabamentos para produzir esse resultado. No Equador, o trabalho de campo foi feito por Martín Bustamante, biólogo e fotógrafo, Gabriela Arévalo, jornalista e Maricela Rivera, bióloga. O trabalho contou com um ensaio fotográfico sobre o povo Waorani feito por Karla Gachet e Ivan Kashisky. As foto-galerias Paisagens do Yasuni, Texturas e Cores, Fauna do Yasuni e Via Auca tem imagens de Carlos Pozo, Alejandro Janeta e Diego Acosta.

No Brasil, do lado de Gem Saviour, Gustavo Faleiros, coordenador do projeto Infoamazônia, motivou a equipe a ousar nas ferramentas de narrativa, para torná-la o mais envolvente possível. Marcio Isensee, fotógrafo e videomaker, fez a coordenação de todo o material de imagens e gráficos, além da ponte com o time no Equador. Hebert Valois, webdesigner, criou um site só para o projeto, fácil de navegar e que permite entremear e fluir por texto, vídeos, fotos, mapas e infográficos. Giovanny Vera e Robert Rajabally foram os responsáveis pelas traduções.

O material é trilíngue: os textos podem ser lidos em espanhol (língua em que foi originalmente escrito), português e inglês. O uso é público através de uma licença Creative Commons: pode ser reutilizado à vontade desde que citados a fonte e os autores.

O desafio do jornalismo ambiental é levar o leitor a lugares longínquos que guardam patrimônios naturais sob risco de degradação ou aniquilamento, colocá-lo no centro do problema e motivá-lo a vivenciar e compreender o que está em jogo.

Nesse especial, reunimos o que consideramos os melhores recursos para atingir esse objetivo. 2014 também é o ano em que Gem Saviour completa 10 anos e este é o primeiro presente confecionado para a comunidade que nos acompanha e que tornou essa primeira década não só possível como memorável.

Por fim, agradecemos ao Grupo Boticário e ao Fundo Blue Moon, cujo patrocínio tornou possível esse especial.

 

Eduardo Pegurier, editor

 

 

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